segunda-feira, 14 de março de 2016

As Capitanias Hereditárias, o Governo-geral e os Bandeirantes.

O presente texto como finalidade auxiliar os alunos das turmas do 2º ano sobre as questões abordadas em sala de aula. Um dos aspectos levantados se refere ao contínuo respeito à cultura dos povos indígenas, seus traços culturais e costumes milenares.
O contato entre os europeus e indígenas teve consequências desastrosas para as comunidades indígenas, transformando significativamente seu universo mítico-cultural. A vinda dos padres jesuítas ao país proporcionou a catequização dos nativos, fazendo com que seus costumes e crenças se perdessem ao longo dos séculos. Uma das primeiras formas de exploração do trabalho dos índios foi a prática conhecida como escambo, onde eles trabalhavam na extração do pau brasil em troca de objetos que para os portugueses não tinham tanto valor comercial; como espelhos, canivetes, bugigangas, armas, etc.
A palavra ideal para caracterizar os povos indígenas no Brasil é heterogeneidade, pois há uma variedade suntuosa de costumes, crenças e formas linguísticas, ou seja, existe uma rica diversidade linguística entre os nativos. Vale enfatizar que as aldeias possuíam formas variadas de se organizar, de perpetuarem sua ideologia, pois não era algo em comum entre todos os povos.
Várias práticas das comunidades nativas foram reprimidas pelos portugueses, como o politeísmo (crença em vários deuses), a antropofagia (ritual de comer carne humana), a poligamia (prática do indígena ter várias esposas), dentre outras. Com isso, os padres católicos empreenderam esforços no sentido de catequizar os nativos e destruir sua cultura. Com essa finalidade, foram construídas as missões ou aldeamentos, locais onde os povos nativos aprendiam sobre a cultura dos portugueses, ouviam as missas e aprendiam os valores e tradições dos povos europeus.
Na tentativa de empreender a colonização do Brasil, o Rei de Portugal criou as chamadas Capitanias Hereditárias, faixas de terras doadas pela coroa a pessoas pertencentes à nobreza e, sobretudo, eram de confiança do Rei. Ao chegar ao país, sua missão era obter lucros das terras e contribuir para o enriquecimento do império luso. Contudo, alguns fatores foram responsáveis pelo fracasso das capitanias, como o ataque dos indígenas, a falta de preparo e conhecimento dos nobres que chegavam de Portugal e a falta de adaptação ao clima do local.
Diante do fracasso das Capitanias Hereditárias, o governo de Portugal decidiu criar o governo-geral, onde um membro da nobreza seria responsável pela administração das terras. Na verdade, foi uma tentativa de centralizar o poder político nas mãos de uma única pessoa. Uma das características desse período foi o controle político exercido pelos chamados homens-bons, proprietários de terras e de escravos. Seu poder era exercido através das Câmaras Municipais, locais onde decisões referentes às colônias eram adotadas.
No que se refere aos escravos que chegavam da África para trabalhar no Brasil, alguns pontos devem ser ressaltados, como as características de um determinado grupo. Um desses grupos eram os escravos boçais, cativos que não tinham conhecimento algum sobre a realidade local. Além disso, existiam os escravos ladinos, que possuíam um conhecimento significativo sobre a região em que se encontravam. (Vale enfatizar que os escravos ladinos tinham um valor maior no mercado escravista).
 Por fim, outro aspecto abordado em sala de aula foi a ação dos Bandeirantes, aventureiros que entravam pelo interior do Brasil em busca de índios para escravizar e metais preciosos. Esse fato aconteceu em decorrência do esgotamento do pau brasil, encontrado no litoral do Brasil. Com isso, as regiões interioranas passaram a ser conhecidas, tendo como consequência o povoamento e formação de vilas e cidades em torno da produção de ouro. Sua ação foi, portanto, de fundamental importância para delimitar o atual território brasileiro.
Espero ter contribuído para resolver questões pendentes sobre os temas em questão.
Até breve.

Moisés Rodrigues

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