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terça-feira, 30 de maio de 2017
O Egito Antigo
A
formação da civilização egípcia.
Segundo estudos arqueológicos, desde
cerca de 8.000 a.c., as margens do rio Nilo já eram ocupadas por grupos
seminômades, que sobreviviam praticando a caça, a pesca e a coleta de frutos e
de cereais nativos da região. Por volta de 5.000 a.c., vários desses grupos já
haviam se tornado sedentários e aproveitavam a fertilidade trazida pelo rio
para desenvolver a agricultura e a criação de animais.
Esses grupos enfrentavam
dificuldades impostas pela natureza, como o clima quente e seco e as cheias do
rio Nilo. Com isso, eles tiveram que criar técnicas apropriadas para sua
sobrevivência e permanência no local. Com o passar do tempo, esses grupos
formaram comunidades agrícolas independentes entre sim chamadas nomos. Os nomarcas,
como ficaram conhecidos os chefes dessas comunidades, disputavam com frequência
o domínio das áreas férteis.
Mapa ilustrando o rio Nilo. |
Para melhor enfrentar essas
disputas, os membros das comunidades agrícolas foram se unindo e acabaram
formando dois reinos distintos: o Baixo Egito e o Alto Egito. Cerca de 300 anos
depois, em 3.100 a.c., um governante do Alto Egito, chamado Menés, unificou os
dois reinos e tornou-se o primeiro faraó egípcio. Ele assumiu o controle dos
nomos, criando, assim, um Estado unificado.
Com a unificação, as funções que
antes eram exercidas pelos chefes dos nomos passaram a ser organizadas pelos funcionários
do Estado. Entre essas funções, estavam a aplicação das leis, a fiscalização das
atividades econômicas – como agricultura, criação de animais e comércio – e o
controle sobre a construção de obras hidráulicas, por exemplo, canais de
irrigação, diques e poços.
A
sociedade egípcia
O faraó era considerado um deus
vivo. Nessa condição, ele e sua família viviam em grandiosos palácios e levavam
uma vida de muito conforto. Tinham uma alimentação bastante variada: carnes,
saladas, pães, doces e frutas. A caça também era valorizada pelos faraós como
uma atividade de lazer e um exercício para a guerra.
A esposa do faraó vestia-se com ricas
túnicas de linho e enfeitavam-se com joias de ouro, turquesa e lápis-lazúli. Utilizava
maquiagens variadas, feitas da mistura de óleos perfumados e minerais coloridos
em pó, e perucas feitas de cabelos naturais ou de lã de carneiros.
Abaixo do faraó e sua família, havia
uma camada de pessoas que tinham muitos privilégios na sociedade. Faziam parte
dessa camada:
Ilustração do processo de mumificação. |
·
Os
sacerdotes, que conduziam as cerimônias religiosas;
·
Os
nobres, que eram parentes do faraó ou descendentes dos antigos chefes dos nomos
e geralmente ocupavam importantes cargos administrativo;
·
Os
chefes militares, que detinham altos postos no exército;
·
Os
funcionários do Estado, que auxiliavam o faraó, por exemplo, na fiscalização
das plantações e na cobrança de tributos.
A maioria da população egípcia era
pobre e parte de seus rendimentos era destinada ao pagamento de impostos ao
governo. Faziam parte dessa camada:
·
Os
artesãos, que realizavam diversos trabalhos artesanais. Eles faziam roupas,
sandálias, pinturas, esculturas, barcos, etc.
·
Os
camponeses, que se ocupavam com a criação de animais, e com a caça, a pesca e o
cultivo de produtos agrícolas, como o trigo, linho e a algodão.
·
Os
escravos, que em sua maioria eram prisioneiros de guerra e trabalhavam nos
campos, nas minas no deserto ou na realização de tarefas domésticas.
As
práticas religiosas no Egito Antigo
A principal característica da religião
no Egito era o politeísmo, isto é, a crença em vários deuses. Para os egípcios,
os deuses eram seres poderosos que controlavam o dia e a noite, a chuva e a
seca, a vida e a morte. Os egípcios imaginavam que essas divindades sentiam
vontades semelhantes às dos seres humanos e, por isso, faziam-lhes oferendas de
comidas e bebidas. Entre os deuses mais cultuados, estavam Hórus (deus do céu)
Ísis (deusa da fertilidade) e Osíris (deus dos mortos).
Deus Osíris e deusa Ísis |
Os egípcios acreditavam na vida após
a morte e para eles era muito importante serem bem recebidos por Osíris no
reino dos mortos. Segundo a crença desse povo, quando uma pessoa morria, sua
alma deixava o corpo, mas depois retornava. Por isso, os egípcios desenvolveram
elaboradas técnicas de mumificação.
Por fim, todos os anos, entre os
meses de julho e novembro, o rio Nilo enchia e alagava as áreas próximas às
suas margens, depositando nelas uma rica camada de húmus. Quando as águas do
rio baixavam, o solo de suas margens ficava fértil e apropriado para ser
cultivado.