O Egito Antigo

A formação da civilização egípcia.

            Segundo estudos arqueológicos, desde cerca de 8.000 a.c., as margens do rio Nilo já eram ocupadas por grupos seminômades, que sobreviviam praticando a caça, a pesca e a coleta de frutos e de cereais nativos da região. Por volta de 5.000 a.c., vários desses grupos já haviam se tornado sedentários e aproveitavam a fertilidade trazida pelo rio para desenvolver a agricultura e a criação de animais.
            Esses grupos enfrentavam dificuldades impostas pela natureza, como o clima quente e seco e as cheias do rio Nilo. Com isso, eles tiveram que criar técnicas apropriadas para sua sobrevivência e permanência no local. Com o passar do tempo, esses grupos formaram comunidades agrícolas independentes entre sim chamadas nomos. Os nomarcas, como ficaram conhecidos os chefes dessas comunidades, disputavam com frequência o domínio das áreas férteis.
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Mapa ilustrando o rio Nilo.
            Para melhor enfrentar essas disputas, os membros das comunidades agrícolas foram se unindo e acabaram formando dois reinos distintos: o Baixo Egito e o Alto Egito. Cerca de 300 anos depois, em 3.100 a.c., um governante do Alto Egito, chamado Menés, unificou os dois reinos e tornou-se o primeiro faraó egípcio. Ele assumiu o controle dos nomos, criando, assim, um Estado unificado.
            Com a unificação, as funções que antes eram exercidas pelos chefes dos nomos passaram a ser organizadas pelos funcionários do Estado. Entre essas funções, estavam a aplicação das leis, a fiscalização das atividades econômicas – como agricultura, criação de animais e comércio – e o controle sobre a construção de obras hidráulicas, por exemplo, canais de irrigação, diques e poços.
A sociedade egípcia
            O faraó era considerado um deus vivo. Nessa condição, ele e sua família viviam em grandiosos palácios e levavam uma vida de muito conforto. Tinham uma alimentação bastante variada: carnes, saladas, pães, doces e frutas. A caça também era valorizada pelos faraós como uma atividade de lazer e um exercício para a guerra.
A esposa do faraó vestia-se com ricas túnicas de linho e enfeitavam-se com joias de ouro, turquesa e lápis-lazúli. Utilizava maquiagens variadas, feitas da mistura de óleos perfumados e minerais coloridos em pó, e perucas feitas de cabelos naturais ou de lã de carneiros.
Abaixo do faraó e sua família, havia uma camada de pessoas que tinham muitos privilégios na sociedade. Faziam parte dessa camada:

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Ilustração do processo de mumificação.

·      Os sacerdotes, que conduziam as cerimônias religiosas;
·      Os nobres, que eram parentes do faraó ou descendentes dos antigos chefes dos nomos e geralmente ocupavam importantes cargos administrativo;
·      Os chefes militares, que detinham altos postos no exército;
·      Os funcionários do Estado, que auxiliavam o faraó, por exemplo, na fiscalização das plantações e na cobrança de tributos.
A maioria da população egípcia era pobre e parte de seus rendimentos era destinada ao pagamento de impostos ao governo. Faziam parte dessa camada:
·      Os artesãos, que realizavam diversos trabalhos artesanais. Eles faziam roupas, sandálias, pinturas, esculturas, barcos, etc.
·      Os camponeses, que se ocupavam com a criação de animais, e com a caça, a pesca e o cultivo de produtos agrícolas, como o trigo, linho e a algodão.
·      Os escravos, que em sua maioria eram prisioneiros de guerra e trabalhavam nos campos, nas minas no deserto ou na realização de tarefas domésticas.

As práticas religiosas no Egito Antigo
            A principal característica da religião no Egito era o politeísmo, isto é, a crença em vários deuses. Para os egípcios, os deuses eram seres poderosos que controlavam o dia e a noite, a chuva e a seca, a vida e a morte. Os egípcios imaginavam que essas divindades sentiam vontades semelhantes às dos seres humanos e, por isso, faziam-lhes oferendas de comidas e bebidas. Entre os deuses mais cultuados, estavam Hórus (deus do céu) Ísis (deusa da fertilidade) e Osíris (deus dos mortos).
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Deus Osíris e deusa Ísis
            Os egípcios acreditavam na vida após a morte e para eles era muito importante serem bem recebidos por Osíris no reino dos mortos. Segundo a crença desse povo, quando uma pessoa morria, sua alma deixava o corpo, mas depois retornava. Por isso, os egípcios desenvolveram elaboradas técnicas de mumificação.
            Por fim, todos os anos, entre os meses de julho e novembro, o rio Nilo enchia e alagava as áreas próximas às suas margens, depositando nelas uma rica camada de húmus. Quando as águas do rio baixavam, o solo de suas margens ficava fértil e apropriado para ser cultivado.